terça-feira, 26 de outubro de 2010

Mesa redonda coloca grafite em debate

 É isso aí, pessoal!

Chegamos na reta final da primeira edição do projeto Pintando um Novo Mundo com um debate muito frutífero realizado pelos artistas participantes do projeto e o público ontem em uma mesa redonda na Casa do Hip Hop, no Bairro Jardim Novo Mundo, em Goiânia. Momento em que os presentes discutiram as diversas nuances das artes visuais, das intervenções urbanas e do grafite.

Primeiramente, os artistas convidados e os selecionados pela curadoria do PNM expuseram um pouco das experiências, trajetórias artíticas e visões sobre arte, grafite e intervenções urbanas. Alguns aproveitaram para avaliar o projeto e parabenizar a equipe responsável pela execução do mesmo.

"O grafite em Goiânia deu  um salto nos últimos cinco anos que não deu em 15. Este projeto é prova disso", disse o grafiteiro Testa, que há mais de 20 anos compartilha a arte dele nas ruas de Goiânia.

O debate foi instigante e revelou pontos de vistas diferenciados em relação ao grafite e ao circuito de arte. "O grafite não pode ser domesticado, é preciso deixar a mulecada livre para criar. Mas é preciso que se saiba o que está fazendo, aonde se está pisando", disse o artista mineiro Dalata, que participou da criação de um dos painéis do PNM.

"Você precisa entender o circuito da arte e saber o que quer para não se deixar levar pelas circunstâncias. Percebo que muitos grafiteiros carecem dessa compreensão", disse Onesto, artista paulista participante do PNM.

A troca de ideias, proporcionada pelo encontro, promoveu um intercâmbio entre os artistas de Goiânia e os que vieram de outras cidades para participar do projeto, revelando concepções interessantes sobre o novo cenário do grafite. "Em Goiânia, o grafite ainda é visto como coisa de vagabundo, nós queremos mudar essa visão e mostrar que fazer arte também é um trabalho", disse Binei, artista goiano que participou do PNM.

A importância social do grafite e da arte urbana foram ressaltadas em diversos momentos do debate. " O grafite pode ensinar muito aos meninos pobres, carentes, que não tem oportunidade e perspectiva de vida", disse Mrs. Black, coordenador da Casa do Hip Hop.

O público aproveitou a ocasião para questionar os artistas e o debate enveredou pelas discussões sobre as diferenças entre grafite e pixação e a entrada do grafite nos espaços das galerias de arte e museus. Os artistas foram unânemes em afirmar que o grafite, desde suas origens, é uma arte da rua, democrática e livre e que, fora desta concepção, ele perde a essência.

Ao fim, o coordenador do PNM, Selon, agradeceu a presença de todos e a contribuição de cada um para o sucesso do projeto.

Confira fotos da mesa redonda feitas por João Tavares:


Arte em debate

Testa: salto

Trampo: pensamentos ininterruptos

Dme: ideias na mesa

Dalata: liberdade necessária

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